Piloto de automobilismo é preso em condomínio de luxo em Campo Grande pela PF
Ele é suspeito de envolvimento em fraude na documentação de veículos
Marta de Jesus24/02/2022 17:46 , atualizado em 24/02/2022 22:07
Fonte = primeirapagina.com.br
Manoel Junior Victorette do Vale de Almeida, ou apenas Junior Victorette, 44 anos, piloto e empresário, morador há menos de um ano no condomínio Dahma 3, em Campo Grande, foi alvo de mandado cumprido pela operação Fiat Lux, deflagrada pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal nesta quinta-feira (24), em 11 estados.
Ele foi preso, conforme apurado pelo Primeira Página junto a fontes oficiais. Foi uma das seis detenções da operação em todo o País.
No imóvel onde Junior Victorette vive há cerca de 6 meses, foram apreendidos três carros de luxo, entre eles uma camionete L200, amarela, como parte das investigações de suspeita de adulteração de documentação em milhares de veículos.
De acordo com a PF, a ação identificou mais de 10 mil fraudes, parte delas envolvendo clonagem de pelo menos 3,3 mil viaturas do Exército.
Em resumo, eram feitas clonagens das placas dos carros, com ajuda de funcionários do Detran de três estados e ainda despachantes. Não há suspeitas sobre funcionários públicos de Mato Grosso do Sul por ora.
O Primeira Página apurou que Junior Victorette é investigado por fraude a licenciamento de veículos e lavagem de dinheiro.
A camionete amarela, conforme a investigação jornalística, tem suspeita de irregularidade no registro oficial. Um veículo do tipo, novo, custa mais de 200 mil reais.
Quem é
Victorette tem mais de 13 mil seguidores em seu perfil do Instagram, cujo nome é Impa Motors, uma equipe de automobilismo. Ele se apresenta como campeão Brasileiro Endurance Brasil GT4L 2019, campeão gaúcho de Endurance GT4L, Campeão Paulista, Campeão Open Paulista. Ele era federado pelo estado do Rio Grande do Sul, mas sua inscrição venceu em 2021 e não foi renovada, conforme as informações obtidas pelo PP.
Antes de vir morar em Campo Grande, vivia em Pirassununga, interior de São Paulo. Também já morou em Várzea Grande (MT).
Contra ele, há processos judiciais em São Paulo, em Minas Gerais e no Mato Grosso, na esfera estadual e na esfera federal.
Todos envolvem a suspeita de envolvimento em algum tipo de fraude que desembocou em enriquecimento ilícito.
A reportagem tentou contato com os advogados que o representam em processo na Justiça Federal, mas ninguém atendeu nos números disponíveis.
Houve tentativa em empresas em nome dele, no interior de São Paulo, também sem êxito.
A operação Fiat Luz foi coordenada por Brasília e os responsáveis não detalharam nomes, o que é uma praxe em razão da lei de abuso de autoridade.