Não era Fake News: Sérgio Moro anuncia saída do Governo
Nesta sexta-feira (24), em coletiva, Sérgio Moro anuncia saída do governo Bolsonaro. Em coletiva, Moro destacou que o Presidente tinha prometido carta branca para nomear seus homens de confiança, porém, houve interferência do governo a situação ficou insustentável para o Ministro da Justiça.
Na quinta-feira (23), a crise se tornou insustentável e o ex-juiz federal da operação Lava Jato teria apresentado ao presidente da República um pedido de demissão.
O pedido de demissão foi noticiado pelo jornal “Folha de S. Paulo” e depois confirmado por vários outros veículos de imprensa.
Questionada, a assessoria de imprensa de Sergio Moro disse apenas que o ministro “não confirma o pedido de demissão”, e nas redes sociais criou-se o dilema que a notícia seria Fake News, onde as pessoas passaram a atacar os órgãos de imprensa como se fosse um fato falso.
A publicação da exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, foi recebida por interlocutores de Sergio Moro (Justiça) como uma sinalização clara de que o presidente Jair Bolsonaro queria forçar um pedido de demissão do ministro.
Formado em Direito e delegado de carreira da Polícia Federal, Maurício Valeixo, paranaense de Mandaguaçu, foi anunciado por Sergio Moro como chefe da corporação ainda em novembro de 2018, antes mesmo da posse de Jair Bolsonaro como presidente da República.
Em Curitiba, Valeixo atuou em várias fases da Lava Jato, operação pela qual Sergio Moro era responsável quando juiz federal. Uma das tarefas de Valeixo à frente da Superintendência da PF no Paraná foi coordenar os trâmites para a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em abril de 2018.
Segundo informações, o presidente não deu espaço para negociação e já avisou que quer colocar no comando da PF o delegado Alexandre Ramagem, atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ramagem foi escolhido chefe da segurança da campanha de Bolsonaro, depois que ele sofreu o atentado a faca, e é homem de confiança da família.
Se, por um lado, com a possível saída de Moro, o grupo de Bolsonaro pode passar a controlar a PF, por outro, o presidente lança no campo político um nome forte para disputar com ele a Presidência da República em 2022.
FOTO: MARCOS CORRÊA/PR