Grupo Os Geraldos estreia em Ribeirão Preto novo espetáculo com direção de Gabriel Villela
“Cordel do amor sem fim – ou A Flor do Chico”, da dramaturga Claudia Barral, estreia no SESI Ribeirão Preto dia 4 de novembro
Depois de uma temporada com ingressos esgotados em Itapetininga, o espetáculo “Cordel do Amor sem Fim – ou A Flor do Chico” chega, quinta-feira (4), ao SESI Ribeirão Preto, onde fica em cartaz até sábado (6), com entrada gratuita. Produção em parceria com o SESI (Serviço Social da Indústria), a peça é a oitava do grupo Os Geraldos, que existe em Campinas há 14 anos, e tem dramaturga Claudia Barral, com direção de Gabriel Villela, reconhecido nacional e internacionalmente como um dos maiores nomes do teatro brasileiro.
O evento contará com todos os protocolos de segurança contra a transmissão da covid-19 e celebrará mais uma realização cultural dentro do contexto da recente reabertura dos teatros no interior paulista. O processo de criação – que aconteceu no Teatro de Arte e Ofício, espaço cultural que existe há 37 anos em Campinas e é administrado pelo grupo Os Geraldos desde 2018 – iniciou antes da pandemia e ficou suspenso por 18 meses.
A montagem reúne artistas que têm em comum o trabalho com o teatro popular: o diretor mineiro Gabriel Villela, com seu universo barroco, musical, colorido e popular; a dramaturga Claudia Barral, nascida em Salvador e inspirada pelas narrativas, poesias e culturas locais do sertão baiano; e o grupo Os Geraldos, cuja trajetória, de 14 anos, foi sempre traçada na cultura popular, realizando, com seus espetáculos, ampla circulação pelo Brasil principalmente das cidades pequenas – foram mais de 70 municípios, de nove estados brasileiros, além de três outros países: Argentina, Peru e Marrocos.
Gabriel Villela – que tem contribuição também na Música Popular Brasileira, com a direção de shows de Maria Bethânia, Milton Nascimento, Elba Ramalho e Ivete Sangalo – já dirigiu mais de 50 espetáculos teatrais, trabalhando com artistas como Renata Sorrah, Laura Cardoso, Beatriz Segall, Walderez de Barros, Marcello Antony, Regina Duarte, Thiago Lacerda, entre outros grandes nomes das artes cênicas nacionais. Já recebeu Prêmios Molière, Sharp, Shell, Troféus Mambembe, Troféus APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), Prêmios APETESP (Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais de São Paulo), Prêmios PANAMCO, Zilka Salaberry, além de dezenas de premiações internacionais, como no Festival Theater Der Welt in Dresden (Alemanha), Word State Festival, em Toronto (Canadá), “Globe to Globe”, no Shakespeare`s Globe Theatre (Londres, Inglaterra), dentre outros. Sua poética e produção artística estão registrados no livro “Imaginai! O teatro de Gabriel Villela”, de Dib Carneiro Neto e Rodrigo Audi, lançado em 2017 e vencedor, na categoria de livro de arte, do Prêmio Jabuti 2018.
Em mais de 30 anos de trajetória profissional, é a primeira vez que Villela dirige um espetáculo no interior paulista, tendo levado a Campinas profissionais como as profissionais da espacialização e antropologia da voz, Babaya Morais, de Belo Horizonte (MG), Francesca Della Monica, de Florença (Itália), e Everton Gennari, de Birigui (SP), o assistente de figurinos e adereços José Rosa, de Caculé (BA), e os assistentes de direção Zé Gui Bueno e Ivan Andrade, de São Paulo. Andrade é parceiro de criação de Villela em outras obras e segue carreira de diretor.
A atriz Paula Guerreiro, que faz parte do elenco, conta que são mais de trinta pessoas diretamente envolvidas na realização do projeto: além dos 13 atores que estão em cena e da equipe que acompanha Villela, ainda há produtores, artistas gráficos e a parceria com restaurantes da cidade, com o Hotel Vitória Newport e com a Azul Linhas Aéreas. “É um projeto importante para o Estado de São Paulo, por democratizar o acesso a uma obra da dramaturga Claudia Barral, em parceria com Os Geraldos e Villela, em cidades para além do circuito tradicional, eixo Rio-São Paulo, e por propiciar uma celebração do teatro popular brasileiro, nesse encontro com a linguagem mineira, barroca e circense de Gabriel, lembrando que o Velho Chico, ao qual a peça faz homenagem, passa no quintal do diretor”, declara Guerreiro.
A peça conta a história de três irmãs que vivem em Carinhanha, uma cidade do sertão baiano, às margens do Rio São Francisco. A mais nova das moças, às vésperas de seu noivado, apaixona-se por um viajante no porto, um acaso que muda o rumo de todas as personagens dessa história sobre a espera, o tempo e o amor. Com músicas tocadas e cantadas ao vivo, a obra trará canções da Música Popular Brasileira.
As apresentações ocorrerão às 20h, no SESI de Ribeirão Preto, de 4 a 6 de novembro. Os ingressos são gratuitos e devem ser reservados pelo site do Sesi. O Sesi-SP é uma instituição que trabalha pela educação de forma ampla, onde Cultura é parte importante nesse processo. Todas as ações e projetos desenvolvidos pela instituição na Cultura visam à formação de novos públicos em artes, a difusão e o acesso aos projetos de forma gratuita, além de fomentar e promover o mercado cultural de São Paulo e do país.
Serviço
Espetáculo “Cordel do Amor sem Fim – ou A Flor do Chico” (dir. Gabriel Villela)
Local: Sesi Ribeirão Preto (R. Dom Luís do Amaral Mousinho, 3465)
Dias: 4, 5 e 6 de novembro
Horários: 20h (entrada no teatro a partir de 19h30)
Entrada gratuita