Funcionária da Orto Saúde questiona falta de pagamento e exigência em abertura de conta bancária no “maybank”
No início desta semana que se encerra uma funcionária que atuou na área do Covid-19, na Santa Casa de Misericórdia, que foi desativada (segundo Gustavo Pagotto, do Conselho Gestor), enviou para o editor deste portal de notícias um pedido de “socorro” devido à falta de pagamento por parte da empresa Orto Saúde.
Além da Orto Saúde, a Santa Casa de Misericórdia ainda não quitou sua dívida com a Imas Pira, que cuidou da Unidade Sentinela e da UTI e Enfermaria Covid no pior momento da pandemia.
Abaixo, o texto enviado pela funcionária que solicitou que seu nome não fosse divulgado.
“Boa tarde TD bem, espero que sim.
Naressi, vc ficou sabendo que ontem por volta das 19hs a equipe de enfermagem da área covid foi informada que a Orto saúde estava encerrando contrato com a Santa Casa para esse setor, devido à falta de pagamento desde o mês passado por parte da Santa Casa. A empresa disse que vai pagar mas precisa receber primeiro da Santa Casa para fazer o repasse, então devem mês de Outubro e 10 dias de Novembro.
A empresa orto saúde fez todos seus funcionários abrirem conta no banco digital maybank para receberem seus pagamentos, dizendo que não poderia mais ser feito via pix. Acontece que fiquei sabendo que o maybank seria de propriedade TB deles, e nesse banco temos que pagar tarifas e ainda por cima não existe opção pix, ou seja, se vc quiser receber e transferir para outra conta tem que pagar tarifa Ted, para sacar dinheiro vc paga, para solicitar cartão débito vc paga. Me parece uma máfia bem articulada e opressora sugando a classe trabalhadora… vou te enviar as tarifas cobradas… um absurdo sermos obrigados a isso, ainda mais levando-se em consideração que todos os funcionários tiveram que assinar contrato no sistema scp, ou seja, não tem direito nenhum trabalhista.
Precisamos da sua ajuda, da sua intervenção quanto a esses excessos que somos submetidos.
Fomos dispensados de uma hora para outra sem prévia comunicação e não temos por parte da empresa Orto saúde posição de pagamento…eles jogam a responsabilidade 100% em cima da Santa Casa, mas do.os contratados pela Orto saúde e não pela Santa Casa…. Afinal quem vai pagar essa conta? Todos os funcionários estão com contas fixas mensais atrasadas pq já foi difícil receber referente mês de setembro.
Espero contar com sua ajuda em prol dos funcionários da Ala Covid agora desativada.
Muitíssimo obrigada.
Qualquer dúvida estou à disposição.
Naressi peço a gentileza em não expor meu nome.”
Diante este texto enviado, nossa redação conversou por telefone com Gustavo Pagotto, por telefone, relatando o fato. Pagotto informou que o pagamento seria feito assim que a Prefeitura repassasse o dinheiro referente ao tratamento do Covid. Em relação da obrigatoriedade de os funcionários abrirem uma conta no tal “maybanck” disse desconhecer, onde passou um contato telefônico de Odair (diretor) da Orto Saúde.
Este editor (Ademir Naressi) tentou por várias vezes falar com “Odair”, porém, a ligação não concluía, pois, já no primeiro chamado o sistema dizia que “este número existe”
Um advogado da cidade de Porto Ferreira foi consultado por nosso editor, o qual disse que este tipo de exigência de se abrir uma conta bancária neste sistema seria discutível.
Na manhã de sexta-feira, 12, a mesma ex-funcionária enviou mais um texto para nossa redação dizendo;
“TD bem
Previsão de pagamento pela ortosaude só quarta-feira ainda
E é previsão…
Na minha humilde opinião a Santa Casa tem usado de má fé TB…, pois como contrata serviços de uma empresa se não tem como pagar?!!!Pra onde está indo dinheiro?!! E cadê o Sr. Benê que no dia 04/09 as 07:00hs da manhã estava batendo no peito e dizendo que todos ficassem tranquilos pq a Santa Casa iria nos assumir…está aí o resultado…nossas contas atrasadas e só promessa de pagamento
Quem poderia nos ajudar?!”
Nada deve
Marcos Roberto Bonfogo, secretário de finanças do município em entrevista na sexta-feira, 11, ao programa A Voz do Povo levado ao ar pela Piracema Plus e pelo facebook.com/reporternaressi, disse que a municipalidade nada deve para com a Santa Casa, onde todos os convênios são pagos rigorosamente. Na questão específica do convênio Covid, Bonfogo informou que a direção da Santa Casa não apresentou o relatório para efetuar o pagamento, fator preponderante que não permite o repasse, porém, disse que na sexta-feira em questão, dirigentes da Irmandade Hospitalar estariam enviando o relatório, quando então, assim que chegar os dados referentes ao tratamento do Covid, o repasse de pouco mais de um milhão seria efetuado a partir de terça-feira, 16.
De acordo com funcionários da secretaria de saúde, dias atrás, um relatório emitido pela Santa Casa referente ao convênio Covid, teria incluído internações da pediatria, que foi devolvido para ajustar, pois nada tem a ver Covid com Pediatria.