Covid-19: pico de casos da variante Ômicron no Brasil pode ocorrer em fevereiro, diz especialista
A pandemia de coronavírus foi agravada pelo surgimento da Ômicron, uma variante mais contagiosa e menos letal do vírus causador da Covid-19. Julio Croda, infectologista da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, acredita que o pico de infecções causadas pela cepa no Brasil ocorrerá entre o fim de janeiro e início de fevereiro.
A previsão é trazida pelo especialista com base em um padrão observado em outros países que enfrentaram uma onda de casos de Ômicron. Nessas regiões, durante um período de 4 a 6 semanas, houve um crescimento acentuado de diagnósticos até atingir o pico, e então, os casos passaram a ser registrados com menos frequência.
Na África do Sul, o primeiro registro da variante ocorreu no final de novembro de 2021. Um pico de 23 mil casos foi registrado no dia 17 de dezembro e, desde então, as notificações da cepa vêm reduzindo de forma gradual. O Reino Unido, embora ainda registre um número elevado de casos, observou uma estabilização da curva.
Os primeiros casos de infecção pela Ômicron no Brasil foram confirmados no final de novembro de 2021. Em dezembro, a cepa já representava 31,7% dos diagnósticos de Covid-19. “Vamos observar essa curva aqui [no Brasil], e o estado onde isso será visto precocemente é São Paulo, que teve os primeiros casos”, afirma Croda.
Para fornecer uma previsão de pico de casos, o professor e infectologista adota as datas festivas como o auge da transmissão e detecção de casos de Ômicron no Brasil. “Se considerarmos a semana entre Natal e Ano Novo como início da curva epidemiológica, teremos o pico no começo de fevereiro para depois começar a queda”.
Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo e especializada em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins, afirma que a curva da Ômicron é mais aguda por ter maior taxa de transmissão, mas ressalta que os dados no cenário brasileiro podem ser imprecisos devido à falta de testes.
A vacinação infantil, investimento em doses de reforço e isolamento social são medidas capazes de tornar a redução de casos ainda mais célere, de acordo com Filipe da Veiga, infectologista. “Os países que adotam testagem maciça e autoisolamento, em duas semanas, têm 30% de queda de casos”, comenta.
A Universidade de Washington promoveu um estudo que corrobora as previsões dos especialistas. Segundo as análises, é possível que o Brasil registre 1 milhão de casos diários dentro das próximas duas semanas. Cabe ressaltar que esse ápice foi atingido pelos Estados Unidos no início de janeiro de 2022.
Fonte – tudocelular.com