GARRINCHA O ANJO DAS PERNAS TORTAS
A “ALEGRIA DO POVO”, foi o legitimo jogador futebol arte, com seus dribles desconcertantes, Manoel Francisco dos Santos, o “Mané”, pertencia a uma família pobre de 15 irmãos. O apelido Garrincha veio de um tipo de pássaro, comum na região serrana, que Mané gostava de caçar.
Começou a trabalhar em uma fábrica de tecidos e lá tinha um time de futebol, o Pau Grande Esporte Clube, mais muito novo e com as pernas tortas, só deixam treinar e não poderia atuar com medo dos adversários violentos.
Cansado de não ter uma chance de jogar, Mané registrou-se no time Serrano, da cidade vizinha de Petrópolis e jogou durante quase um ano. Depois disso, o técnico Carlos Pinto decidiu dar uma chance ao Mané e, com sua entrada na ponta direita, o time do Pau Grande cresceu.
Tentou a sorte de jogador na capital, mas por causa da sua aparência foi dispensado de Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama, desiludido foi tentar sua última cartada o Botafogo.
No Fogão, fez parte do maior time da história e um dos maiores do mundo.
Em 1962, quando começou o romance com a cantora Elza Soares, Garrincha já tinha sete filhas com Nair, sua mulher; um casal de filhos com Iraci, sua amante e um filho sueco concebido em junho de 1959. Além destes, teve uma oitava filha com Nair, um filho com Elza e mais uma filha com Vanderléa, sua última mulher, totalizando 13 filhos.
Jogou 60 partidas pela seleção, disputou três copas do mundo onde ganhou duas , com Garrincha o Brasil obteve 52 vitórias, 7 empates e apenas uma derrota .
No final da carreira, jogou também no Corinthians, Flamengo, no Olaria e em outros times brasileiros e estrangeiros. Morreu em decorrência da cirrose hepática, em 1983.
Poema de Vinicius de Moraes
O ANJO DAS PERNAS TORTAS
A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dribla dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.
Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés – um pé-de-vento!
Num só transporte a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.
Garrincha, o anjo, escuta e atende: – Goooool!
É pura imagem: um G que chuta um o
Dentro da meta, um 1. É pura dança!