Sindicato dos Servidores e prefeito se desentendem sobre reajuste anual

Pirassununga, 29 de agosto de 2017 – O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Pirassununga organizou na manhã de ontem uma manifestação defronte ao Paço Municipal. O objetivo era protestar quanto à falta de reajuste anual dos funcionários. Foi realizada uma reunião envolvendo o presidente do sindicato, Odirley Aparecido de Melo Montesino e o prefeito municipal Ademir Lindo, que terminou sem acordo e com fortes discussões.

Após a reunião, o presidente da entidade, após o encontro com o chefe do Executivo fez um discurso inflamado na frente da Prefeitura Municipal onde se mostrou indignado com a situação. O caso terminou em registro de boletim de ocorrências de injúria contra o prefeito, já que Odirley afirma que ele teria desrespeitado os servidores municipais durante a reunião.

Nesta segunda-feira (28) devido à manifestação, algumas escolas municipais ficaram sem aulas. Isso devido ao fato de algumas merendeiras terem participado do ato defronte à Prefeitura. O fato desagradou alguns pais, que alegaram que não foram comunicados com antecedência e não puderam deixar seus filhos nas entidades educacionais. Hoje, as atividades serão normalizadas.

Na noite desta terça-feira (29) deverá acontecer mais uma manifestação, desta vez defronte à Câmara Municipal. O presidente do Sindicato dos Servidores, Odirley Montesino falou no programa Mesa Redonda explicando como foi a manifestação e a interrupção das tratativas.

“Tivemos a reunião com o prefeito, mas infelizmente ela precisou ser encerrada por conta de o prefeito ter me ofendido como presidente do sindicato e os demais servidores públicos municipais chamando de vagabundo e sem vergonha. É uma situação onde estou contatando o departamento jurídico do sindicato, temos as gravações e vamos ver as medidas que podemos tomar”, afirmou Montesino.

Agora, será realizada uma nova assembléia, inicialmente no dia 6 de setembro (local e horário ainda a serem definidos), para ser deflagrada greve. “A reunião foi infrutífera porque o prefeito não teve argumentos para tratar da situação do reajuste com o sindicato e desta forma daremos encaminhamento na documentação necessária ara deflagração de greve dos servidores. Já tivemos impacto em algumas unidades escolares, no atendimento no CEM e infelizmente é a população que vai acabar sofrendo com a postura do prefeito com relação aos servidores. Temos que defender nossos direitos que é a reposição do nosso salário, conforme prometido pelo prefeito. Já alerto a população que deve ocorrer a partir do dia 11 de setembro a paralisação de todos os serviços públicos como creches, atendimento de saúde e escolas municipais. É uma situação que não gostaríamos que chegasse, mas não temos outra alternativa”, comentou.

De acordo com o sindicato, uma reunião foi realizada em maio deste ano, onde o prefeito Ademir Lindo solicitou que os servidores aguardassem até o mês de agosto para retomar as negociações sobre o reajuste salarial. O sindicato decidiu por aguardar e conceder à administração o prazo solicitado, mas não houve a retomada das negociações. Os funcionários municipais aguardam reposição de 3,7% referentes a 2016-2017.

Prefeito responde
O prefeito Ademir Lindo preferiu se manifestar através da internet em vídeo gravado em seu gabinete. Ele novamente bateu na questão da crise financeira do município que impede que serja concedido o reajuste este ano.

“Desde o primeiro momento coloquei para a cidade para nos preparamos para dias difíceis e que não seria possível ter aumento esse ano. Nenhuma empresa está dando aumento de salário e o governo do estado há mais de dois anos não da o aumento e não vai dar esse ano porque não tem condições. O governo federal suspendeu o aumento que estava prometido para o ano que vem”, disse.

Durante sua manifestação, Ademir Lindo ainda afirmou que as manifestações e cobranças do sindicato teriam um fundo político. “Vejo a posição do sindicato, não de todos, porque conversei com muitos membros do sindicato. Vejo aí uma reivindicação com cunho político, quando todos sabem que ninguém está dando aumento de salário”.

Para finalizar, ele diz que se aplicar o reajuste poderá ficar sem recursos para pagamento de serviços essenciais e até mesmo de salário para os funcionários municipais. “Eu não posso ser irresponsável de dar aumento de salário e no fim do mês não ter dinheiro para pagar o salário dos servidores. O melhor é garantir o que a gente tem. Peço à comunidade esse voto de confiança dos servidores para não atrasar o pagamento. Se eu for irresponsável e ceder às tentações, não tenho dúvida que vai faltar recursos para a área o essencial no final do mês”, finalizou.

Fonte – fmmundial.com.br