Saúde em Pirassununga é debatida em reunião na Câmara
Uma reunião para tratar de assuntos relacionados à Saúde do município foi realizada na noite desta quarta-feira (12) na Câmara de Pirassununga. Agendada a pedido dos vereadores Edson Sidinei Vick (Pros), Luciana Batista (Pros) e Paulo Rosa (PSD) através de requerimento, a reunião foi presidida pelo vereador Leo Sampaio e teve a participação do secretário municipal de Saúde, Edgar Saggioratto, da presidente do Conselho Municipal de Saúde, Patrícia Fernandes, do coordenador do PSF (Programa Saúde da Família), Amauri José Andreotti, além de presidente de associações de bairro e vereadores.
Com duração de quase duas horas e meia, o encontro foi solicitado pelos vereadores para discutir a falta de medicamentos, materiais para curativo e produtos de limpeza nas unidades de saúde. Saggioratto explicou que isso vem ocorrendo em razão de problemas surgidos durante o processo licitatório.
“Ao pedir os materiais no final do ano passado, optamos por fazer uma ata de preços. Participaram dessa licitação 32 empresas que, infelizmente, começaram a brigar entre si, fazendo com que tivéssemos a liberação da ata apenas na semana passada. Além disso, uma das empresas ganhadoras faliu quando nós começamos a fazer os pedidos. Mas eu gostaria de dizer aos vereadores que agora [os materiais] já estão chegando e muita coisa que estava faltando já não está faltando mais”, disse ele.
Outro ponto abordado foi a carga horária que deve ser cumprida pelos médicos das Unidades de Saúde da Família de Pirassununga, já que muitas pessoas têm reclamado de atraso no atendimento.
O coordenador do PSF (Programa Saúde da Família), Amauri José Andreotti, deu sua versão para o quadro: “Essa reclamação que vocês recebem eu recebo todo dia, eu cobro todo dia. É muito difícil você controlar uma classe que é bem mal remunerada. Então, eles têm que trabalhar em vários lugares. E se eu cobrar tudo o que vocês estão me pedindo, eu não vou ficar com ninguém. Nós abrimos concurso para contratar ginecologista, pediatra e psiquiatra, e até agora não apareceu ninguém para fazer a inscrição. Sabe por quê? Porque ninguém quer ganhar R$ 3 mil, R$ 4 mil por mês para trabalhar 20 ou 40 horas semanais.”
A mudança no formato de contratações, com a remuneração dos médicos sendo feita por atendimento prestado, foi uma das sugestões apresentadas para reverter esse cenário. Patricia Fernandes, presidente do Conselho Municipal de Saúde, pediu mais “empatia” de todos na hora de tomar decisões.
“A gente não precisa ter o sofrimento do outro para se solidarizar. Eu acho muito bacana essa conversa, porém o objeto dessa discussão, que é o usuário da saúde, tem sido infelizmente colocado em segundo plano. Por brigas de empresas, por discussões políticas, por excessos de promessas, o usuário da saúde é desconsiderado. A população está descrente. Nós participamos de reuniões exaustivas e extensas e nada se resolve”, afirmou.
Autoria: Imprensa/Câmara