Alunos do Ensino Médio de SP levam à COP28 projeto de combate ao aquecimento global
Criação de estudantes chamou a atenção da Unesco; Alunos criaram aquário com microalgas capazes de realizar fotossíntese de 50 árvores
Alunos da rede estadual de ensino de São Paulo foram selecionados pela Unesco para apresentarem um projeto de combate ao aquecimento global na COP28. Ao todo, foram contemplados cinco estudantes, duas professoras e a diretora da Escola Estadual Professor Sebastião de Oliveira Rocha, localizada em São Carlos, no interior de São Paulo.
O grupo foi selecionado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura por conseguirem cultivar no laboratório da escola microalgas da espécie Chlorella sorokiniana. Essas algas são responsáveis pela transformação de dióxido de carbono em oxigênio em grande escala.
Na criação dos estudantes, destaca-se um “aquário” de 15 litros para a cultura dessas microalgas. Nesse recipiente, as algas realizam o trabalho de fotossíntese equivalente ao de 50 árvores.
Os estudantes de São Carlos foram os únicos representantes de escolas públicas do Brasil na COP28. O aluno Gustavo Batista, de 17 anos, afirma ser uma honra ser a única escola pública do país a representar a nação no maior evento sobre clima do planeta.
“Eu vi esse trabalho nascer, tive a oportunidade de junto com os meus colegas colocar na prática um sistema pioneiro mundialmente de fotobiorreatores para o cultivo de microalgas. Essa prática já era muito recorrente e disseminada nas universidades pelo mundo, só que na escola pública, não existia. E nós tornamos realidade”, afirma.
A diretora da escola, Lucinei Tavoni, também ressaltou a satisfação de estar na COP28 e exaltou a capacidade dos alunos das escolas públicas na produção de conhecimento e do trabalho científico: “É uma satisfação nossos alunos do Ensino Médio terem desenvolvido um trabalho, inscrito esse trabalho aqui na COP, passado por um processo de seleção bastante apurado e terem sido escolhidos como os estudantes do ensino médio a representarem o nosso país aqui em Dubai”, destacou.
O projeto dos estudantes chamou a atenção da Unesco pela produção das algas com baixo investimento e no contexto de um laboratório escolar.
Para a viagem, os estudantes receberam o apoio da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, da Diretoria Regional de Ensino de São Paulo e foram selecionados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.