A Polícia Militar Paulista
O Comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar do Interior convida a sociedade a conhecer a matéria publicada pela Revista Refletindo, de autoria do Frei Vanderlei de Lima, intitulada “A Polícia Militar Paulista”. O texto destaca aspectos importantes sobre a atuação da Instituição e seu compromisso com a segurança pública e a cidadania.
Por – Revista Refletindo
Nos últimos dias, a grande imprensa veiculou notícias assustadoras sobre o mau modo de agir de alguns policiais militares. Com base nestes casos isolados, presentes em qualquer instituição humana, ergueram-se clamores localizados contra toda a Polícia Militar paulista como se ela fosse a culpada pela má conduta desses membros errantes. O fato exige, pois, comentários.
É de se crer que ninguém, em sã consciência, defenda a truculência de policiais mau preparados contra quem quer que seja. Deve o PM agir sempre dentro da lei e da ordem, segundo o Procedimento Operacional Padrão (POP), que aprendeu a aplicar às situações A, B ou C. Isto é, no nosso entender, ponto pacífico. O que, no entanto, parece haver, da parte de alguns, é o erro lógico da chamada “generalização apressada”, ou seja, julga-se o todo (a PM inteira) pelas falhas da parte (alguns policiais mau preparados). Órgãos da grande mídia, especialmente, repetem, de forma excessiva, notícias chocantes de maus PMs (e que hão de ser combatidas, repita-se), mas não dá o mesmo espaço às excelentes ações de bons policiais: salvamento de reféns de criminosos, muitas vezes facínoras; festas para crianças necessitadas; procedimentos bem-sucedidos a fim de desengasgar crianças etc. Por qual razão? Seria apenas porque, segundo um jargão popular, “notícia boa não dá ibope” ou por que há, sustentada por misteriosas mentes, uma orquestrada campanha contra a Polícia Militar? As indagações vão além: Em ambos os casos, na prática, quem lucra com tudo isso?
Qualquer pessoa de bom-senso estranha ainda o porquê de tanta benevolência para com criminosos de altíssima periculosidade, postos na rua pela porta da frente da cadeia, mas uma truculência exacerbada e sistemática contra a Polícia Militar. Na verdade, parece que, cada vez mais, criminosos são – direta ou indiretamente – louvados, e os PMs e demais cidadãos que optaram por uma vida de trabalho digno e honesto se veem caçoados. Por que, por exemplo, não há uma campanha ostensiva para que criminosos entreguem suas potentes armas, mas se repete, quase à moda de um mantra, que a Polícia precisa ter mais e mais armas não letais? Não tem algo assaz desigual aí? E, de novo a questão crucial: Quem lucra com tudo isso?
Feitas, de modo muito genérico, estas considerações, voltemo-nos para a própria PM, enquanto instituição. Não seria hora de o governador, o secretário da Segurança, deputados estaduais, federais, senadores, oficiais e praças que têm algum poder de comunicação saírem em defesa da instituição que ruma para 200 anos? Por que não o fazem, de modo sereno, inteligente e firme? É outro instigante mistério! No caso específico do secretário da Segurança, sempre tão loquaz, sobretudo na ânsia de aprovar o fim total das saidinhas de presos nas datas previstas, por que, agora, nada ou pouco diz a favor da Polícia Militar e de seus bons profissionais? Não era o momento de “comprar a briga” e demonstrar que ele veio para fazer, de modo positivo, a diferença?
Por fim, entenda-se que os maus policiais – assim como maus profissionais, em qualquer área de ação – têm de ser punidos por seus erros, ainda que sempre com direito à defesa ou ao contraditório. Do contrário, a justiça se tornaria injustiça. Entretanto, julgar o todo (a instituição Polícia Militar inteira) pelo erro da parte (alguns policiais), não é correto. É, aliás, um grave erro lógico que qualquer bom aluno de Filosofia de Ensino Médio perceberia. Suspeitaria ele que, longe de ser um grito de justiça pelas vítimas dos abusos ocorridos, haveria – isto sim – uma campanha contra a PM. E havendo-a, de novo, viriam duas perguntas: Por que, de dentro ou de fora da instituição, pouco se defende a PM? Quem lucra com tudo isso?
Rezemos, unamo-nos e ajamos dentro da lei e da ordem!
Vanderlei de Lima é eremita de Charles de Foucauld. Graduado em Filosofia pela PUC-Campinas e especialista em Psicopedagogia pela Unifia-Amparo.