Renda fixa: vantagens e riscos que todo investidor deve conhecer
Quem deseja começar a investir deve conhecer as duas modalidades de aplicação: renda variável e renda fixa. Enquanto a primeira oportuniza ganhos mais altos e apresenta maior imprevisibilidade e, consequentemente, riscos de perda, a segunda oferece retorno financeiro mais baixo, preestabelecido e com prazo de resgate determinado.
Na avaliação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os produtos financeiros de renda variável são compatíveis com investidores com o perfil arrojado, que priorizam a rentabilidade, mesmo que isso represente mais riscos. Já a renda fixa é indicada para quem tem perfil conservador e, por isso, prefere garantir a segurança, mesmo que o rendimento seja menor.
Ainda, de acordo com a Anbima, há investidores com perfil moderado, que buscam equilibrar a segurança e a rentabilidade da carteira de investimentos. Na verdade, a orientação é que, independente do perfil, o investidor utilize a estratégia da diversificação a fim de diluir os riscos de perda.
Por isso, entender o que é renda fixa ajuda a fazer escolhas assertivas na hora de compor a carteira de investimentos. A Anbima alerta que como qualquer produto financeiro, aqueles que integram a modalidade também conferem riscos e vantagens.
Como funciona a renda fixa
Renda fixa é uma modalidade de investimentos que conta com regras de remuneração. Assim, o investidor já tem ideia de qual será o rendimento e o prazo de resgate no momento de aquisição dos papéis.
A Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) explica que os produtos financeiros da categoria funcionam como uma espécie de empréstimo, em que a instituição emissora paga juros ao investidor após um determinado período.
Os títulos do Tesouro Direto são emitidos pelo governo federal. Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), por bancos e instituições financeiras. Já os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e as debêntures, por empresas.
Além de indicada para quem ainda não tem experiência com investimentos, a renda fixa também é uma opção viável para os investidores que não têm uma grande quantia para investir. Há títulos com preços abaixo de R$ 30.
Remuneração
Na renda fixa, o prazo de resgate, a liquidez e a remuneração são predefinidos. Por isso, oferece mais segurança ao investidor, sendo recomendada para quem deseja previsibilidade dos rendimentos.
No entanto, o lucro só é garantido quando o resgate é feito no prazo estabelecido. Quando a retirada é realizada antes da data de vencimento, o valor não rende o que foi previamente acordado.
Apesar de a rentabilidade ser acordada inicialmente, não é possível afirmar qual será a quantia em reais que o investidor irá receber, pois a remuneração é atrelada a indexadores que variam de acordo com o cenário econômico do país. É o caso das taxas Selic, DI e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação.
Mordida do leão
Boa parte dos rendimentos de renda fixa sofre com o desconto da tabela regressiva do imposto de renda (IR). Até seis meses de rendimento, o desconto é de 22,5%; de seis meses a um ano, 20%; de um a dois anos, 17,5%; a partir de dois anos, 15%.
FGC reforça segurança dos investimentos
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) é uma espécie de seguro para alguns investimentos de renda fixa, como a LCI, a LCA e o CDB. Na prática, caso a instituição emissora dos títulos passe por problemas financeiros, o FGC evita que o investidor perca seu investimento. O limite da cobertura é de R$250 mil por CPF.
Contudo, nem todos contam com essa proteção. Debêntures, CRIs e CRAs são exemplos de investimentos que não têm a cobertura do FGC.
Como são emitidos pelo governo federal, os títulos públicos do Tesouro Direto também não são contemplados pelo FGC. No entanto, são considerados os investimentos mais seguros disponíveis no mercado, conforme Anbima e Abefin.