Destino dos cassinos virtuais aponta para o metaverso
Devemos a Hubble ter mostrado que o Universo está em expansão. A referência não é ao telescópio lançado pela NASA em 24 de abril de 1990, a bordo do ônibus espacial Discovery, mas sim ao cientista que emprestou o nome a ele. Edwin Powell Hubble (1889 – 1953), norte-americano, é considerado o maior astrônomo desde o polonês Nicolau Copérnico (1473 – 1543), que entre outras teorias desenvolveu aquela conhecida por heliocentrismo.
O tempo avançou para os anos do século 20, marcados pela presença de grandes astrônomos, com grande destaque para Edwin Hubble. A contribuição dele foi fundamental na descoberta das galáxias, para as quais criou um sistema simples de classificação, aceito até hoje. Um dos maiores feitos dele foi demonstrar que o universo está em constante expansão. A constatação do cientista repercutiu em vários campos além-ciência e chegou à literatura.
Neste caso, o precursor é o norte-americano Neal Town Stephenson (em 2024, aos 65 anos de idade). Usando por gancho a descoberta de Edwin Hubble, em 1992 Stephenson lançou a novela “Snow Crash”, na qual “cria” o universo virtual em expansão ao qual chama de metaverso, espaço coletivo, compatível e convergente com a realidade. O termo cunhado em “Snow Crash” mexeu com as cabeças tecnológicas, como as de Mark Elliot Zuckerberg. Ele e outros líderes da tecnologia sonham com a criação da rede virtual tal qual fantasiada pelo escritor. As atividades imersivas devem incluir todo tipo de ato, até mesmo frequentar sofisticados cassinos.
Hoje em dia, já é possível ter uma boa experiência com cassino online e passar um bom tempo se divertindo. Dentro de alguns anos, é previsto que um simples headset VR possibilitará ao usuário se sentir pisando fisicamente no local, através da realidade aumentada. Os jogadores entrarão nos cassinos virtuais com os seus avatares, farão apostas na mesa e tudo mais que os jogos envolvem.
As equipes de Zuckerberg, Jeffrey Preston Bezos e Elon Reeve Musk queimam pestanas e consomem energia para explorar caminhos rumo ao metaverso. A indústria de entretenimento online voltada aos jogos de cassino não deixa por menos. Um batalhão de profissionais estão empenhados em criar o futuro do segmento. Isso porque seus chefes acatam a Web 3.0 como o futuro Santo Graal para os apreciadores de jogos com ampla e sofisticada realidade aumentada, multiplicando os prazeres da experiência de jogo.
Construtores, designers 2D/3D, game makers, terraformers, motion designers e profissionais de outras tantas especialidades estão ativos na busca por construir online ambientes na maior escala possível permitida pela Web 3.0. Mais ou menos, será como colocar os jogadores em um modelo econômico, como ocorreu com o fenômeno 2.0 dos criadores de conteúdos em redes sociais, tais como YouTube, Facebook e Instagram. Os observadores que analisam tal evolução acreditam ser possível aos cassinos do metaverso avançarem ao ponto de oferecer dividendos aos usuários cativos.
Não é muito dizer que Mark Zuckerberg está, por agora, na pole position rumo às estrelas do metaverso. A começar, em abril de 2021 ele anunciou a criação da Meta, que passou a englobar o Facebook. Ao fazer o anúncio, fez uma demonstração de como funcionará o metaverso pensado por ele – “mundo digital no qual pessoas possam interagir através de hologramas e avatares”. Ele reforçou o audacioso plano do Facebook, agora no guarda-chuva da Meta – “este é o próximo capítulo da internet”, disse na ocasião, sugerindo que a empresa quer sair à frente, capitaneando a liderança da solução que deverá revolucionar o futuro da web.
A intenção de Zuckerberg tem muito a ver com os jogos, e não é de hoje. Em 2014, ele adquiriu a Oculos VR, fabricante de óculos de realidade virtual utilizado em games para PC. Em 2020, comprou a Ready at Dawn, criadora de The Order 1886. Em resumo simplista, esse jogo traz uma visão da Londres Vitoriana e utiliza tecnologia avançada para combater poderosos inimigos.
Dúvida não há de que Zuckerberg está muito interessado em criar a ponte aérea para os cassinos virtuais no metaverso. Prova é que, em palestra, ele ofereceu um spoiler – usou headset VR para encontrar amigos no espaço virtual e jogar poker na forma de avatar de desenho animado. Há muitos “voos cósmicos” por acontecer até que o metaverso avance de conceito e ideia para fato do cotidiano. Quando isso ocorrer, haverá universos infinitos de jogos hiper imersivos e suas variações, até a participação nas melhores mesas dos cassinos. Entre uma rodada e outra, nossos avatares poderão ir a shows ou outra forma de espetáculos, e vivenciar a experiência de maneira totalmente imersiva – resta saber se eles terão que pagar o couvert artístico ou não.