Denúncia leva PM de Araras a colocar fim ao “Tribunal do Crime” em Conchal
No final da tarde de domingo, 20, uma denúncia anônima chegada junto ao policiamento de área da 2ª Cia. (Araras) do 36º BPM/I, através do COPOM (190), dava conta de uma denúncia anônima informando que pela rua Dos Fabianos, 249, Vila Esperança III, município de Conchal/SP, ocorria um julgamento conhecido como “Tribunal do Crime”.
Todo efetivo do policiamento de área da referida Companhia de Polícia Militar, comandada pelo Capitão PM Anversa, também do Pelotão de Polícia Militar de Conchal se reuniram e após uma breve e rápida elaboração de plano seguiram para o local, pois, nada poderia dar de errado, caso a denúncia seria procedente.
Assim sendo, os policiais militares; Sargento PM Elias e Cabo PM A. Gonçalves, viatura I – 36230; Cabos PMs Siqueira e Doimo e Soldados PMs e Soldados PMs Marcel e Soldado Benítez, viatura I 36219; Cabos PMs Juliana e Alex, da viatura I – 36227 e Cabo PM Marcus e Soldados PMs Oliveira e Moscardo seguiram para o local.
De acordo com os policiais, a informação era de que um rapaz havia sido sequestrado e estaria sendo agredido e, provavelmente seria morto, sendo que os envolvidos aumentaram o som do estabelecimento comercial, um bar conhecido de HM, de propriedade de Roberto Martins, 33, natural da cidade de São Caetano do Sul, no ABCD na grande São Paulo, bar este tido nos meios policiais como sendo ponto de vendas e distribuição de drogas.
A denúncia dava conta de que o som (musica) estava bastante alto, afim de que transeuntes e vizinhos não ouvissem os gritos de socorro por parte da vítima.
Os policiais se organizaram, seguindo para o local, onde foi realizando um cerco estratégico, sendo que na frente do bar estava sendo feito um porco rolete, tendo na frente do estabelecimento os indivíduos identificados posteriormente como sendo identificados como sendo Leandro Paladino, 31, natural de Conchal, Diego Aparecido Cândido, 32, natural de Conchal e Lucas de Oliveira, 23, natural de Araras, que ao perceberem a chegada das viaturas, tentaram sair correndo, mas foram rapidamente abordados, pois haviam vários policiais cercando o referido local.
Outros policiais imediatamente invadiram o comércio em questão, quando em seu interior, além de seu proprietário Roberto, foram detidos Ronnie Paschoal Marques, 36, natural e residente em Conchal, Thiago Aparecido Barboza da Silva, 31, natural e residente em Conchal, Hércules Gonçalves Guimarães, 26, natural de Salto da Divisa/MG, residente em Conchal, Diogo Claiyton Alves, 33, natural de Araras e residente no Parque Tiradentes, município arararense, Adriano Caetano Baroboza, 37, natural da cidade de Limeira/SP, residente em Conchal, Orlando Manoel Alves, 30, natural de Timbaúba/PE, morador na cidade de Conchal e o adolescente W.O.S, 16, residente no bairro de Martinho Prado, município de Mogi Guaçu/SP.
Os policiais após abaixarem o som que estava altíssimo, escutaram um “gemido”, iniciando buscas pelo local, encontrando uma pessoa jogada no chão de um dos cômodos, na área interna do estabelecimento.
Naquele momento, a vítima, bastante atordoada, só gemia e dizia: “pegaram eu, senhor” (SIC), sendo que não respondia quem havia feito aquilo ou porquê, não conseguindo, também, dizer quem o havia agredido.
Os policiais acionaram uma viatura do SAMU, sendo constatas diversas lesões, inclusive fratura do braço esquerdo.
Durante revista ao Bar, os policiais encontraram num dos armários da cozinha, que não tinha portas, bastante drogas visíveis, sendo pedras grande de crack, em pedras e embaladas prontas para venda, invólucros de maconha prontos para venda, a quantia de R$ 551,00. Durante a ação foram apreendidos cinco (5) celulares que foram apreendidos também, sendo que estes serão periciados pelo Instituto de Criminalística.
A vítima, Jatinel, 38, natural de Mogi Guaçu, residente no bairro do Ipê Amarelo, no referido município foi socorrida e, ainda bastante debilitada, em conversas com policiais militares, ao ver as fotos dos mesmos, conseguiu se lembrar de alguns dos que lhe agrediram, sendo, Roberto, Diego, Lucas, Ronnei e o adolescente, segundo a vítima, não estava muito colaborativo com as agressões, porém, evidentemente com medo de morrer participou da tortura.
Ainda, segundo os policiais, o pai do adolescente foi localizado, porém o mesmo não apresentou os documentos do filho por não saber onde os encontravam.
Todos indivíduos foram algemados, isto devido ao receio de fuga, pois, segundo a PM, alguns dos indivíduos presos seriam integrantes de uma organização criminosa, que segundo o policiamento, todos os presos foram indagado sobre o ocorrido, mas, nenhum dos abordados quis relatar sobre o que estaria acontecendo no local.
No momento em que os policiais militares terminavam de serem conduzidos os detidos aos guarda presos das viaturas, sendo que, de acordo com o boletim de ocorrência da PM, a população do bairro que acompanhava a ação policial, começou a hostilizar as equipes e arremessar objetos, sendo necessário apoio das equipes de Força Tática do 36º BPM/I, com o Tente PM Bispo e Cabos PMs De Pauli e Thiago,Nascimento, da viatura – 36001, Cabos PMs Ferreira, Wellington e Molina, da viatura I-36029 e Cabos PMs Herbert, Moreno e Narcizo, da viatura I-36035.
Abaixo o despacho do delegado de polícia civil, Dr. Tabajara Zuliani dos Santos.
A situação em deslinde é de extrema gravidade, sendo que autuação em flagrante de todos os presentes no estabelecimento comercial deve ser não só efetivada, mas como mantida em sede de prisão preventiva e medida sócio educativa para o adolescente infrator. Note-se que, muito embora a vítima, por motivos óbvios, esteja com muito medo, a mesma conseguiu apontar 5 dos AUTUADOS como sendo alguns dos que lhe agrediram. Mas e os demais envolvidos?
Pois bem, a situação de “Tribunal do Crime”, como denunciado para a PM, ficou bem delineada e se comprovou. Atente-se, que a vítima estava bastane lesionada, em situação de cárcere privado e dentro de afamado ponto de tráfico, de forma que a Força Tática, sem sombra de dúvidas, salvou a vida da mesma. É certo, que situações extremas como esta, pessoas que não são do meio criminoso tratam de se afastar, para não se verem envolvidas em delitos de tal ordem.
De outra banda, os próprios criminosos não aceitam a presença de quem não seja do grupo criminoso, pois eventuais terceiros estranhos a organização, podem delatar a prática delitiva para a Polícia. Diante disso, não há outro caminho para esta Autoridade Policial, que não seja a prisão em flagrante de todos aqueles que estavam no sítio do evento.
Em conversa preliminar com o SIG de Conchal / SP, esta Autoridade Policial foi informada que ROBERTO é tido como o “disciplina” do PCC da cidade. RONNIE seria membro ativo do PCC. A irmã de DIEGO foi presa recentemente com bastantes drogas, as quais seriam supostamente dele. LUCAS, conhecido como LUCÃO, é tido como traficante no Jardim Esperança III. ORLANDO também seria traficante e LEANDRO possui envolvimento com receptação de veículos.
Tais fatos serão melhor esclarecidos em relatório de investigações, expedido a seu tempo no inquérito. Tais informações reforçam a tese de organização criminosa, estruturada e dirigida para a prática de delitos como tráfico de drogas, lesões corporais e cárcere privado, entre outros. Diante de tais fatos, presentes os requisitos de pressupostos do instituto, REPRESENTO pela PRISÃO PREVENTIVA e imposição de medida sócio educativa para todos os envolvidos.
Imagem – noticiasdeararas.com.br